Sobre 'A lei e o Crime', nova série da Record


Nunca fui um assíduo telespectador. Gasto pouco do meu tempo em assistir televisão. Da Globo, por exemplo, exceto alguns programas de humor (Casseta e Planeta não está incluído), a transmissão de esporte em geral e algumas minisséries, pouquíssima coisa me atrai. Na Tv fechada é possível encontrar – com paciência e tempo – algumas coisas boas, no entanto. Particularmente me atenho aos programas relacionados a filmes, música, esporte e à minha cidade natal, Uberlândia.

Num desses meus momentos em frente à televisão (normalmente quando estou cansado de ficar em frente ao computador ou cansado de leituras), me deparei com o trailer de “A lei e o crime”. Confesso que aguçou minha curiosidade. Esperei dias, e esperei ansiosamente. Enfim a série estreou.

Uma grata surpresa quando assisti, do começo ao fim, ao primeiro episódio da série. Embora trate de temas atualmente recorrentes, usados sobretudo pelo cinema e pela literatura, a série se diferenciou de quase tudo que é feito, hoje, na televisão brasileira. Houve, em 2007, uma tentativa a meu ver patética por parte da teledramaturgia da Globo (Duas Caras, com sua Favela da Portelinha inverossímil ao extremo) de dissertar sobre a pobreza, favelas e afins. No afã de não repetir os lugares-comuns do telejornalismo (favela = bandidagem = traficante = troca de tiros com a polícia), Duas caras fez o oposto – criou uma favela romantizada ao extremo, onde não havia nem era permitido nenhum tipo de crime.


A princípio, nada de mais em romantizações. Mas, quando qualquer obra se propõe a ser realista, ela deve ser verossímil em sua proposta. Uma obra – seja telenovela, livro, filme – que não convence é uma obra ruim. Duas Caras desde o início se propôs a ser realista e, mais especificamente, a dissertar (de forma ficcional) sobre segmentos da realidade brasileira, dentro os quais as classes sócio-econômica D/E. Pobreza de forma alguma é sinônimo de traficantes, drogas, bandidagem, tiros, assassinatos etc., mas também não falar sobre tudo isso é ir de encontro à realidade do país. E, com certeza e por mais que não pareça, é reforçar a alienação em que vive a população brasileira.

Morei quase a minha vida toda próximo a bairros pobres/favelas e sei muito bem dos crimes que ali são cometidos. Houve épocas em que quase todo dia ouvia falar de alguém assassinado. Alguns amigos/colegas com quem joguei bola na infância estão presos ou foram assassinados, alguns por policiais. Essa é a realidade, mas não a única verdade quando os assuntos são pobreza, favela, morro, bandido/traficante etc. Ora, essa é a realidade mais instigante e, portanto, a mais usada pelos meios de comunicação e pelas artes ao discorrer sobre esses temas. O trunfo advém da forma como tudo isso é usado. Aí, a meu ver, está o trunfo da série A lei e o crime.

Não houve, pelo menos nos capítulos a que assisti, a repetição exagerada de clichês quando se aborda essa temática. Ou, se há (houve) a abundância de clichês, são clichês que condizem com a realidade, e não aqueles que condizem com a idéia que criamos – nós, os telespectadores passivos e pouco curiosos – ao assistirmos diariamente televisão. Existem diferentes tipos de preconceitos – os que são preconceitos porque assim o vêm sendo repetidos pelas instituições (mídia, Estado e demais interessados) e os preconceitos que de fato se baseiam na realidade crua e nua. Esses últimos têm razão de existir.

“Às vezes o bem aparece disfarçado de mal e o mal disfarçado de bem – foi o que aprendi quando pela primeira vez fui obrigada a matar um ser humano” – fala de uma das protagonistas da série, Catarina, a delegada/narradora que teoricamente está do lado do Bem. Uma coisa que me chamou a atenção nessa série foi justamente esse não delineamento simplista e irritante de bonzinhos e mauzinhos. A todo o momento o telespectador se engana com os personagens – há “bons” que parecem “maus”; “maus” que se fingem de “bons”; defensores da lei corruptos e assassinos; bandidos preocupados com a honra; “bons” que, num momento, são obrigados a agir “malvadamente”; bandidos que são obrigados a descer do alto do seu pedestal de maldades quando são confrontados com algo maior e mais poderoso.

Para mentes simplistas – infelizmente a maioria da população brasileira –, as que acham que a sensação de insegurança é tão-somente causada por bandidos/vagabundos (termos recorrentemente usados pelos policiais e pela população mais reacionária ao se referir a bandidos pobres), vale a pena assistir à série. Pois ela mostra que bandido é aquele que comete atos criminosos, ora praticados por policiais, delegados, empresários, políticos, pobres e ricos. Ou por você mesmo. Estigmatizar os pobres e “favelados” como bandidos é uma estratégia usada recorrentemente por uma elite (ou por pessoas em geral) corrupta mas que nunca se conscientizou dos seus atos e sempre quis fugir de suas responsabilidades no que concernem ao atraso e à corrupção desse país. Desmistificar esse discurso é necessário e urgente. A série A lei e o crime contribui, creio eu, para que isso aconteça.
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>>> Para mais informações sobre o assunto, sugiro a leitura de Elite da Tropa (Luiz Eduardo Soares, André Batista, Rodrigo Pimentel) e esperar a publicação do conto de minha autoria A espera.
>>> Para assistir aos episódios de A lei e o crime, clique aqui no Youtube

Comentários

Dessa realidade posso me ater a falar uma vez que sou mais uma componente desse grupo. O que vejo aqui nas proximidades de onde moro é que programas de televisão como, por exemplo, a novela "Duas Caras" é um dos meios das pessoas da favela se "esconder","fugir" da realidade que vos persegue. Sou moradora de um bairro pobre de Salvador desde que nasci. Um bairro onde as pessoas estão quase sempre assustadas, e que convivem com o medo de serem acertadas por uma bala perdida. Infelizmente programas como esse são considerados um dos poucos meios de diversão. E isso está casado com a ignorancia que impregna esse e tantos outros lugares como esse. Como já era de se esperar, a educação, ou a falta dela, escreve o caminho do ser humano nesse "Mundão de Meu Deus!". Sem educação e sem estímulos a marginalização só tem a crescer. Aliás, não sei nem se ela tem como parar...
Simone Santana disse…
Realmente a Record tem feito bons trabalhos ficionais abordando estes temas. Adorei a sua crônica.

Beijos de sua fã,

Simone
daniel j. disse…
eu tb tou gostando bastante desse série... mto massa bem melhor do q as da globo com certeza. gostei tb do seu texto... abçs
daniel j. disse…
eu tb tou gostando bastante desse série... mto massa bem melhor do q as da globo com certeza. gostei tb do seu texto... abçs
Rebert disse…
Não concordo com quase nada ( é... eu sou um kra chato e mal amado mesmo hehe) Primeiramente tenho de confessar que não tenho saco para assistir novela alguma; Seja ela da Record da Globo etc... Isto porque a alta demanda de textos dramáticos aos quais estas produções incitam - em seus autores - levam as novelas à uma situação bastante óbvia: Perda de qualidade.
Enquanto os poucos minutos de um filme demoram verdadeiros anos para serem produzidos e (re)formulados, sabe-se que para se compor uma novela é necessário escrever e filmar quase que ininterruptamente ( o que inviabiliza qualquer tipo de reflexão mais profunda ao qual o autor possa fazer sobre sua própria obra), em outras palavras, não há tempo de amadurecer as idéias.
Logo, o estado deplorável das novelas brasileiras é bastante compreensível. Mas não é isto que está em questão... novela , enquanto for "novela" será ruim; Pois para sair deste estado miserável, precisará ela, primeiramente, se desvencilhar desta lógica de produção capitalista do qual é mais vítima do que o cinema.
Juro que não sei quem é pior, o que produz ou o que assiste a novela .
O meu maior questionamento advém de uma afirmação sua a respeito da fidelidade ( ou seria verossimilhança) das novelas da Record. Refuto esta posição ao contrastar a sua idéia com uma opinião ao qual me acompanha já algum tempo. Para que uma novela seja assistida , ela precisa , antes de tudo, ser agradável àqueles que se dispõe-se a assisti-la. Ora, retratar a sociedade Brasileira de forma fidedigna implicaria retratar a ignorância de sua população imoral tal qual ela é. E isto geraria uma imagem tão repugnante e detestável na televisão, que destruiria , de vez, qualquer possibilidade estética que ela possa ter.
A verdade é que nos textos literários os personagens são sempre melhores do que realmente são. O personagem central de um livro é sempre inteligente e "fala bem". Um personagem simples fala como um poeta e ( por erro de cálculo) vice-e-versa. O que eu quero dizer é que, se o cinema, a literatura , etc, contasse histórias a respeito personagens "piores" ou mais "ignorantes" do que nós mesmos. Provavelmente sequer perderíamos nosso tempo em acompanhar suas desventuras ao longo da trama. Tenho uma teoria ( que pode ser até certo ponto vista como irrefletida) ao qual descrimina uma espécie de lei mais ou menos geral para a literatura: A literatura detém-se, por dever, ou, condição de sobrevivência, a retratar personagens intencionalmente idealizados;O que reflete ( e isso é Nietzche) no que diz respeito à condição humana de sempre desejar ser melhor e diferente daquilo que é; Mas é que o homem não só deseja sentir-se melhor do que realmente é , como também, sentir-se melhor do que os outros lhe pareçam ser. É então que, para extravazar este belo ( ao mesmo tempo triste ) sentimento, apelam os homens para a idealização de um mundo paralelo e diverso: O mundo da arte, que na minha medíocre opinião, é a coisa mais próxima do divino ao qual foi digno ao homem conhecer.
Bom trabalho caro Rogers, espero que minhas interposições tenham afetado seu humor violentamente. Te dirias para comemorar , pois sentimentos despertados são substâncias para o desenvolvimento de senso crítico e artístico. Num duelo, ou qualquer situação parecida, é impossível sair perdendo, sempre se sai ganhando. Gregos discutiam por esporte ; É justamente este estado de auto-crítica, assim como afirma Leyla-Perrone Moisés , profª muito estudada nos cursos de letras, coisa que nem toda cultura hoje permite, é que fez o homem ocidental ter conquistado tantos valores morais importantes, a exemplo destes, a propria idéia de liberdade de expressão: coisa ao qual a nossa geração jovem não demonstra sequer mínimo sintoma de gratidão ou reconhecimento.
A verdade é os nossos contemporãneos desprezam a história. Despreza-se aqueles que morreram a fim de que nossas liberdades fossem devidamente asseguradas. O que a população ignorante dá como resposta aos esforços destes, é um descaso desigual! Os homens não dão a mínima aos estudos dos grandes e ás suas idéias . Fazemos um uso ignorante da liberdade que conquistamos, é quase como se não a merecêssemos.
Estuda-se história na escola , lê-se, mas as idéias não deixam nunca de ser papel. E a culpa é dos professores, dos alunos, do capitalismo? Não, a culpa é a ignorância da população que se deixa levar pelo individualismo cego. População esta que possui escola gratuita e que não a valoriza, pelo contrário, não demonstra interesse algum pela intelectualidade. Pessoas querem reinvidicar direitos, mas que não se comprometem com deveres, e que tendem a considerar suas próprias necessidades sempre mais urgentes do que as necessidades do próximo. Assim como pensou Hobbes, fazemos parte de uma reação em cadeia: o egocentrismo gera violência e injustiça, e por sua vez justifica o surgimento de uma nova injustiça e violência, e assim indefinidamente. Os homens querem sexo, cerveja e um bom emprego. E a culpa não é a TV , pois esta depende da audiência para sobreviver. E isto é lógica. O que vejo por aí são pessoas tomarem causas como consequências e consequências como causa. E a TV é mais consequência do que causa... escravo é aquele que se deixa dominar. Antigamente os escravos se subordinavam por ter medo do açoite, mas e agora? os de hoje eles não são coitadinhos, a verdade é que subordinam-se convardemente por muito menos. A cultura de massa serve a eles para uma coisa somente: justificar seus próprios interesses e desejos medíocres. Acho que é por isso que não sou Marxista....bem, deixa eu parar de escrever.. até
Rogers Silva disse…
Srta Gorethe,
Infelizmente a televisão é a única fonte de entretenimento e diversão de muita gente. Pela vida difícil, pela alienação e pelo comodismo, essa gente acaba se postando diante da televisão dia e noite, ou a parte da noite que sobra. Em meio a programas bestas e jornais que manipulam a verdade, de vez em quando aparecem alguns programas interessantes, felizmente.

Simone,
Também acho que a Record tem feito bons trabalhos ficcionais. No entanto, ela vem se repetindo em suas temáticas. Na verdade, ela foca em duas temáticas atualmente – o fantástico (em que “Os mutantes” e suas variantes se incluem) e a violência (em que “A lei e o crime” e algumas telenovelas se incluem).

Daniel,
Obrigado pelo seu comentário.

Caro Rebert, obrigado pelo longo comentário. Embora não concorde com algumas das suas opiniões, ficam elas aí, porque serão bastante válidas para muitos que as lerem.
Infelizmente, meu caro Rebert, suas interposições não me afetaram, uma vez que a maioria das suas opiniões tinha eu quando era um jovem que sabia tudo e cheio de preconceitos. Hoje penso muito diferente.
Rebert disse…
Que bom que pensa assim caro Roger, quem sabe um dia eu amadureça. Porém, ao menos uma coisa eu julgo saber, e julgo saber bem : "É mais fácil simplesmente discordar, do que explicar o porquê da discordância."


Bom trabalho, grande mestre.
Rogers Silva disse…
Caro Rebert,
disse que EU era imaturo, sabia de tudo e era cheio de preconceitos com meus 19/20 anos, quando pensava assim. Você não parece ser. Ao contrário, suas opiniões são contundentes. Mas como já tive, em algum momento da vida, a maioria das suas opiniões, elas não me afetaram. É isso.

Em relação à sua afirmação “Juro que não sei quem é pior, o que produz ou o que assiste a novela”, discordo na medida em que você coloca todo mundo na mesma panela. Destitui do direito de alguém de assistir novelas mesmo sendo inteligente, crítico ou culto. Muitos destes assistem novelas para criticá-las, ou para se entreter após um dia de muito cansaço. Não acho que assistir novelas ou televisão é necessariamente sinônimo de ser burro ou alienado.

Afirmar que “nos textos literários os personagens são sempre melhores do que realmente são” é desconhecer literatura. Hoje em dia um termo muito usado é, inclusive, “anti-herói”, que é o herói às avessas, o homem comum, sujo, simples, com suas preocupações cotidianas, como qualquer um de nós. Praticamente não existe mais aquela literatura em que a linguagem é refinada, inclusive a dos personagens. Talvez esteja falando de autores mais antigos, dos séculos passados. A literatura contemporânea não é, de forma alguma, como você pintou.

No mais, mais uma vez agradecido pela sua visita e comentário.

“Grande mestre” é bondade sua...
Eu opino que mais grave do que assistir ou não novelas e achar ou não essa "atividade" culta é se posicionar de forma agressiva independente de qual seja a opinião quanto a isso. Esse assunto compreendo que seja bastante polêmico. Mas se posicionar de forma maniquísta com o famoso "ou 8 ou 80" não julgo ser um formato esperto para críticas. A realidade é que existem pessoas de 'n' gostos, 'n' realidades, 'n' preocupações..., e nem sempre são as mesmas de pessoa para pessoa. E ser nobre não significa só estar contra os programas de televisão, contra os filmes hollywoodianos, ser contra pagode.Ou seja, o bom homem não é somente os que lêem Kafka,etc.; os que ouvem MPB, etc.;...Não!. Sei que até aqui não tocamos em assuntos que não o do programa citado por Rogers, mas quis ampliar um pouco para mexer nessa idéia "caixote" do(a) moço(a) culto(a). Dessa forma, passa-se por cima da realidade de cada pessoa. E realidade abrange realidade cultural, necessidades psicológicas, etc.
De forma alguma isso abrange somente o problema da falta de educação. E mesmo quando esse é o caso, não são ataques grosseiros, rebaixamentos e intimidações que irão resolver esse problema secular.

Saudações amigo Rogers e aos que aqui comentam.

Srta. Gorethe.
Rebert disse…
Que ótimo gerar campo de discussões. Ambiente que agrada. Pois bem, pode ser que na emoção de minha exposição eu tenha exagerado neste ponto ao qual você afirmara Rogers, mas resta um ponto ao qual nos cabe ainda grande discussão: A literatura. Pois penso que, mesmo o anti-herói das histórias modernas não poderia possuir a ignorância do homem comum. O anti-herói é inteligente, é perspicaz, ou não ( pode possuir outras qualidades), , ele pode possuir simplesmente um bom plano, ou uma filosofia de vida que nos salta aos olhos causando sistemática admiração/ repugnação. Continuo a achar que os personagens literários possuem caracteres psíquicos acima da média. Do contrário não acompanharíamos sua desventura. Ao contrário, sentiríamos completo desinteresse por suas histórias fúteis e demasiadamente simplistas. Ja dizia Platão algo que pode ser transposto a este problema:"A pior condição ao qual um homem pode se submeter, ou seja, a última condição ao qual o homem se submeteria por vontade própria é a de ser governando por um ser mais ignorante do que ele." Não sei se fui claro.
Saudações a todos. E Vivas ao nosso interesse pelas coisas inúteis e agradáveis do intelecto!

ps: Gorethe! Como vai? sabe que eu mesmo não acho a mpb lá essas coisas....hehe não é porque sou brasileiro que irei defende-lo. Que a mpb se defenda por si só! ^^. Costumo carregar comigo a idéia de que o mundo é uma grande aldeia; Portanto, não importaria se o trabalho de um grande compositor veio da Itália no período barroco XVI ou da América em pleno século XXI. Os trabalhos artísticos devem, ao meu ver, passarem sobre o mesmo crivo. Longe de ser etnocentrista, como agora podes perceber, sou humanista, e como tal, reconheço o mundo como uma aldeia só. De forma que, a boa música de um país longínquo é também minha e também sua de certa forma. Pois foi fruto de um esforço humano ao qual teve em vista a apreciação de outro humano. A verdade é que os homens possuem muito mais coisas em comum do que coisas divergentes. As culturas que se divergem se divergem pela casca, pois a essência é universal, de tal modo que lemos "Mil e uma noites" e nos emocionamos com seu enredo vindo de crenças tão distantes no espaço e no tempo. Se não tivéssemos todos, sentimentos mil em comum, assim como disse Platão: "a linguagem nos seria impossível, pois toda vez que eu dissesse "amor " ou "compaixão" eu sequer seria compreendido por outrem". A própria semântica das, de acordo com o filósofo, só é póssível graças a esta forte ligação interior ao qual todos nós humanos temos. O que a mídia em geral e as novelas (principalmente ) tentam nos levar a crer é justamente o contrário disto. A novela tende a reforçar nos homens,o sentimento de que nós, humanos, somos todos diferentíssimos. O que nos levaria a um relativismo tal que, nos seria impossível estabelecer qualquer espécie de moral ou admiração de âmbito universal. A novela apresenta o indiano como um bárbaro. Enquanto que a religião Hindu é uma das mais valorosas e avançadas moralmente que conheço. A televisão os revelam como monstros, e mistificam a base espiritual ao qual justificaria tantos e tantos atos relatados ( implicitamente ) como bárbaros. Quando a novela faz referência a este mundo, ou é de maneira errônea simplismente, ou de maneira tão superficial que só resta ao telespectador mediano concluir que eles são malucos. Nunca vi a novela ressaltar que a pobreza para os hindus não é motivo de tristeza, eles possuem um tamanhao desprendimento com relação ao mundo material que, a pobreza pasageira desta vida , para eles nada representa. Nem criminalidade há num lugar assim... pois então.. são coisas que me indignam e me frustam paulatinamente. Tantas vezes au ligar a televisão tantas vezes serão os meus descontentamentos.

tenho mania de falar demais. descurpa :P abraços
Rebert disse…
desculpe os erros de conjulgação verbal e deslises diversos no teclado
Rebert disse…
ou seria "desliZes"? affe
idioma materno! você ainda me paga...!
Caro Rebert, espero que tenha entendido o sentido do "etc" logo após a palavra "mpb".

Mas de qualquer forma eu compreendi o que ansiava passar na sua prolongada escrita desde o assunto mpb até sua posição humanista pontuando sobre essa questão humanista, ou a falta dela, nas novelas.

Que você compreenda que aqui estamos falando de duas coisas diferentes: O enredo das novelas (ou programas, filmes, etc) e as pessoas que as acompanham.

Concordo com exatamente tudo que disse nessa última postagem sobre o enredo das novelas e a distorção proposital ("ou não!" - parafraseando caetano) a qual os autores têm desenvolvido. Concordo com tudo mesmo!

Minha posição é quanto ao público que assiste as novelas. Minha compreenção é quanto aos que não têm com o que se divertir e optam por gastar seus respectivos tempos com isso. Nesse ponto é que acho que não devemos (desculpe a expressão) "ligar o foda-se" e dizer "Juro que não sei quem é pior, o que produz ou o que assiste a novela "

Mas só acho. Respeito seu posicionamento meu caro!

Att,

Gorethe.
Rebert disse…
juro que não notei o "etc". abraços Gorethe!

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