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Hoje está um dia morto, de André de Leones.


TRECHOS:

"...ela gemendo alguma coisa sobre estar doendo um pouco enquanto suspende repentina e generosamente a anca, inteira para Jean, este agradecido Jean que a faz gozar aos poucos, com uma calma facilmente confundida com amor, com um amor facilmente confundido com qualquer outra coisa mais ou menos suja".

"Jean acaricia as costas dela, mal e mal os peitos, mal consegue alcançá-los, a bunda também, no que ela acelera o boquete e engole tudo quando ele goza a vinte e dois segundos do fim do recreio".

"...e é quando Jean experimenta a epifania de saber-se porco, de saber-se gasto, de saber-se morto, de saber-se findo, o que é algo infernal de se saber àquela hora do dia e aos dezessete anos de idade".

"Jean está chorando. Não copiosamente, não escandalosamente, não constrangedoramente, mas o choro quieto e muito mais doído de um desespero ancestral, de uma dor que o precede e talvez a tudo o mais. Deus é essa dor, ele pensa".

"Ouvir coisas absurdas, do tipo "Sangue de Jesus tem poder!", é terrivelmente incômodo para ele, sabe? Jesus odeia todo e qualquer tipo de histeria. O que o afasta do mundo, aliás, é essa barulheira insuportável e suja que aprontam, como se fé fosse uma questão de decibéis".

"Ela vai pedir desculpas por ter vomitado na cama dele, no chão do quarto dele. Ele vai despi-la com cuidado, ligará o chuveiro, vai cuidar de tudo, não esquenta, ele dela e ela dele, foi assim que combinaram, está tudo certo, não se preocupe, não esquenta, esquece, porra, esquece".

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