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Múltipla escolha, de Lya Luft.




TRECHOS:

"Desejamos permanência, e destruímos a natureza. Nos consideramos modernos, e sufocamos debaixo dos preconceitos. Politicamente corretos, perdemos a naturalidade e o brilho. Onerados por crenças infundadas, carregamos na mala da culpa as pedras do medo".

"Cheios de remédio como vivemos, precisamos ressuscitar a libido com mais medicamentos".

"...a pressão social é um fato inegável. Não controlado, ela nos anulará".

"Tristeza e recolhimento ofendem nossa paisagem de papelão colorido".

"Nessa rede de complexidades, seria bom resistir à máquina de propaganda e buscar a simplicidade, não sucumbir ao impulso de manada que corre cegamente em frente".

"E assim, membros da manada social, política, econômica, cultural, padronizados, desesperados ou fúteis, criadores ou robotizados, covardes ou heróicos, amorosos ou perversos, modernos mas assustados, carregamos a vida em vez de curti-la".

"...bandos de bonequinhas ambicionam um corpo de menina, um parceiro com carteira recheada, babás que lhes tirem dos frágeis ombros o peso da maternidade, para que não precisem cansar seus cérebros infantis".

"Na tentativa de ajudar, muitas vezes promovendo trabalho voluntário e organizando grupos com velhos, nós os infantilizamos - não nos basta o espírito jovem, queremos o infantil".

"Vasculhar a alma do outro pode trazer decepções, não porque ele cometa pecados extraordinários, mas porque esperávamos encontrar ali a perfeição, e o outro se sentirá agredido".

"Calar-se ou ser mais reservado pode parecer indiferença ou rejeição, pode ofender".

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