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Sidarta, de Hermann Hesse


TRECHOS:

"Quando alguém procura muito – explicou Sidarta – pode facilmente acontecer que seus olhos se concentrem exclusivamente no objeto procurado e que ele fique incapaz de achar o que quer que seja, tornando-se inacessível a tudo e a qualquer coisa porque sempre só pensa naquele objeto, e porque tem uma meta, que o obceca inteiramente. Procurar significa: ter uma meta. Mas achar significa: estar livre, abrir-se a tudo, não ter meta alguma. Pode ser que tu, ó venerável, sejas realmente um buscador, já que, no afã de te aproximares da tua meta, não enxergas certas coisas que se encontram bem perto dos teus olhos."

"Dela aprendia Sidarta que os amantes não devem separar-se após a festa do amor sem que um parceiro sinta a admiração do outro; sem que ambos sejam vencedores tanto como vencidos, de maneira que em nenhum dos dois possa surgir a sensação de enfado ou de vazio".

"Ao observar aquela existência infantil ou animalesca que levavam os seres humanos, ao mesmo tempo adorava e desprezava tal estilo de vida. Via como labutavam, sofriam, envelheciam por causa de assuntos que não lhe pareciam valer tamanho esforço e como se empenhavam em obter dinheiro, prazeres minúsculos, honrarias insignificantes".

"Inteiramente o penetrava a sensação do presente e da simultaneidade, a sensação da eternidade. Nessa hora, Sidarta percebeu claramente, com maior nitidez do que nunca, que toda a vida é indestrutível e cada instante, eterno".

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